terça-feira, 20 de abril de 2010

Highlander: Só pode haver um!

Em maio de 2009 a Summit Entertaiment adquiriu os direitos de Highlander e seu remake era aguardado desde então. Sabe-se agora que Art Marcum e Matt Holloway (co-roteiristas de Homem de Ferro) serão os roteiristas e Justin Lin (Velozes e Furiosos 4) será o diretor. É uma boa época para reviver a franquia, já que outros imortais, os vampiros, estão na moda.


Com os filmes, a série e o desenho, muitos dados são contraditórios, a idéia talvez seja passar tudo a limpo dando um sentido a toda a mitologia de Highlander. Uma espécie de "Highlander Begins".


Particularmente, adoro muito Highlander, principalmente a série, que trouxe muitos elementos criativos à franquia. Quando criança, achava que a palavra "highlander" designava todos os imortais no filme. Depois, aprendi que highlander designa um escocês, especificamente os oriundos dos highlands da Escócia.




As regras do jogo:

Não há uma explicação do por quê são imortais (vamos aqui esquecer o filme Highlander 2, muito ruim e estragou o mistério tentando atribuir origem alienígena aos imortais).

Os imortais não possuem uma árvore genealógica que possa ser estudada. Todos, de alguma forma foram adoptados e não podem ter filhos. Um imortal pode viver e morrer normalmente, como uma pessoa mortal, se ao longo de sua vida não sofrer uma morte trágica. Essa morte violenta desperta os dons imortais e a pessoa revive e entra no jogo.

Curiosidade: Na série, Richie era um imortal, mas não sabia, não sentia outros imortais. Por sua vez, outros imortais sentiam que ele poderia ser um, mas não interferiam (afinal de contas, se ele virasse imortal, seria mais um no jogo para disputar o prémio). Após levar um tiro em um assalto, ele desperta como imortal e começa a ser treinado por MacLeod.


O jogo exige que os imortais lutem até a morte em busca de um prêmio que será dado ao último que restar. A única maneira de matar um imortal é cortar sua cabeça. Quando isso acontece, toda a sua energia é desprendida. O imortal responsável pela sua morte capta estas energias, ficando mais forte.

Apesar da ideia violenta, o jogo entre imortais segue o conceito de um duelo justo (se é que podemos dizer isso). Sempre um contra um. Nunca um imortal pode ser pego desprevenido, pois um sente a presença do outro. Aquele que não quer entrar no jogo, pode se refugiar em solo sagrado, onde o combate não é permitido.

Curiosidade: na série, é perguntado ao observador (watcher, saiba mais adiante) Joe Dawson se algum imortal já duelou em solo sagrado. Ele diz que o único relato que possuem é sobre um duelo que ocorreu em Pompéia e todos sabem o que aconteceu.



O início de tudo:

Tudo começou com o filme Higlander: Guerreiro imortal, de 1986, dirigido por Russell Mulcahy. O filme retrata a história de Connor MacLeod (Christopher Lambert), um imortal guerreiro escocês do século XVI, que é doutrinado pelo também imortal Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez (Sean Connery). No filme, restam apenas 2 imortais: Connor MacLeod (um imortal bom) e Kurgan (um imortal ruim, o vilão da história). Connor vence Kurgan e ganha o prêmio, que é a capacidade de ler os pensamentos dos outros mesmo à distância, pode envelhecer e ter filhos.


Para mim, o melhor do filme é a trilha sonora do Queen, aliada a flashbacks e suas transições entre o atual e o antigo.



Highlander, a série (1992 a 1998):

Em 1992, teve início a série Highlander. A ideia era mostrar a vida de Connor MacLeod antes de ganhar o prémio. Mas por algum motivo, Christopher Lambert não pode participar da série. Em vez de usar outro ator interpretando Connor, foi criado o personagem Duncan MacLeod, vivido pelo ator Adrian Paul. Duncan é um "parente" mais novo de Connor, isto é, outro imortal adoptado pelo clâ MacLeod. Christopher Lambert participou do piloto da série, mostrando-se uma espécie de tutor de Duncan (assim como Ramirez fez com ele no primeiro filme).


A série teve sucesso e o personagem Duncan MacLeod teve destaque. Mas havia um

problema, todos sabiam que Connor seria o ganhador do prémio, como foi mostrado no filme de 1986. Então, uma hora Duncan teria sua cabeça cortada. A solução foi simples: esqueçam os últimos minutos do filme. Ou seja, Connor lutou com Kurgan, venceu e continuou no jogo com outros imortais. O prémio então deixa de ser revelado e volta a ser uma incógnita. O watcher Joe Dawson em uma de suas falas na série, diz que sempre acompanhou Duncan e seu parente Connor, e que foi muito bom Connor dar um fim em Kurgan, que era muito perverso. Assim, a série se situa na atualidade, e coloca Duncan no páreo pelo prémio.


Apesar da boa interpretação de Christopher Lambert, Adrian Paul convence mais como imortal nas cenas de ação, pela sua forma física e habilidades em artes marciais. Afinal, é de esperar que alguém que vive lutando por 400 anos seja perito em lutas de corpo a corpo.




O melhor da série:

Além de manter a trilha sonora do Queen, a série trouxe elementos novos à franquia. Introduziu-se uma seita: - os Watchers - mortais que vigiam os imortais desde seus primórdios, sem o conhecimento destes. Esses watchers possuem um histórico detalhado de cada imortal. Uma de suas regras é nunca interferir no jogo, até que um mortal da seita, James Horton, começa a matar imortais, incluindo um amigo de Duncan MacLoud, que estava fora do jogo, vivendo como padre em um mosteiro.


Outra criação interessante é o personagem Methos (Peter Wingfield), que possui mais de 5.000 anos. Por ser o imortal mais antigo e "visado", ele matem sua identidade em segredo e entrou para seita dos watchers, passando-se por mortal, para poder acompanhar o andamento do jogo.


Como fã do THE WHO, não posso deixar de mencionar a participação marcante do vocalista Roger Daltrey como o imortal Hugh Fitzcairn, amigo de longa data de Duncan, e responsável por várias partes cómicas da série.



A série também apresentou a imortal Amanda (Elizabeth Gracen). Digamos que Amanda e Duncan eram "amigos com benefícios". Amanda era divertida, muito astuta e ladra, uma espécie de "Mulher-Gato" imortal. Houve um spin-off da série com Amanda, em Highlander: The Raven.




Highlander II: A Ressurreição (1991):

O filme não segue a nova mitologia desenvolvida na série e muito menos o conceito original de Highlander: O Guerreiro Imortal.

Com efeitos ruins (as cabeças são decaptadas facilmente, percebe-se as montagens com bonecos), tudo acontece muito sem sentido. Os personagens eram desprovidos de motivação, um exemplo frequentemente citado é o súbito interesse do General Katana por Connor aparentemente após perder contato com ele durante 506 anos, e sua insistência em matar seu velho inimigo enquanto ele podia esperar para ele morrer sem interferência externa.

O filme foi recebido com duras críticas. Um ponto da controvérsia foi o conceito dos imortais como alienigenas do planeta Zeist. Além disso, a revitalização de Ramirez, que havia morrido no filme original, é visto como muito incoerente com o filme original. Segundo o documentário Highlander II: Seduced by Argentina, o aparente mau desempenho do filme é parcialmente resultado da interferência do estudio no trabalho do diretor Russell Mulcahy. Mulcahy declaradamente odiava o produto final, tanta que ele retirou-se da estréia mundial do filme após assistir seus primeiros 15 minutos. Por razões semelhantes, Christopher Lambert ameaçou abandonar o projeto, e só não o fez devido a questões contratuais.



Highlander III: O feiticeiro (1994)

Também não segue a mitologia da série, já que Connor MacLeoud continua sendo ganhador do prémio e último imortal. Na história, um imortal sanguinário chamado Kane (Mario Van Peebles) mata um feiticeiro imortal no século XVI e rouba seus poderes, mas fica soterrado. Ao ser libertado em uma escavação nos dias atuais, Connor deixa de ser o único imortal e o jogo recomeça. O filme é melhor que o segundo, mas muito longe da qualidade de roteiro do primeiro filme.



Highlander: O jogo final (2000)

Diretamente ligado a mitologia da série, o filme começa exatamente onde a série terminou. Neste filme, dirigido por Douglas Aarniokoski, tudo que aconteceu na série é resumido para novos fãs, como a existência dos watchers, quem é Methos, quem é Duncan MacLeoud. Christopher Lambert volta a interpletar Connor MacLeoud.

Connor tem que derrotar um imortal poderoso chamado Kell, que há anos vem matando todos ligados a Connor, por vingança.

Segundo os registros dos watchers, Kell já matou e capturou a energia de mais imortais do que Connor e Duncan. Connor procura Duncan para unir forças. A solução de Connor (que não agradou os fás do primeiro filme que não acompanharam a série) foi juntar as forças de ambos contra Kell. A única maneira de fazer isso é duelarem entre si, onde o vitorioso, mais poderoso, enfrentaria Kell. Desta forma, o final do primeiro filme é derrubado de vez, pois Duncan vence Connor decaptando sua cabeça, com um golpe ensinado por Connor que traduzia "me mate ou será morto".

O filme pretendia limpar algumas arestas e transformar Duncan MacLeod no único highlander merecedor do prémio. Porém não teve o sucesso esperado.

Como fã da série, gostei do filme, mas ficou faltando um "algo mais", aquilo que dá uma vontade de ver mais continuações.


Highlander: A origem (2004)

Seguindo a linha estabelecida em 2000, a filme continua com a história de Duncan MacLeod. O mundo do futuro está se tornando um verdadeiro caos. Perambulando por uma cidade destruída, Duncan se lembra de tempos mais felizes, antes do amor de sua vida partir... Descrente e sozinho, MacLeod encontra seu caminho ao lado de um grupo de companheiros imortais, incluindo seu misterioso amigo Methos, e o watcher Joe Dawson. Iniciam uma jornada em busca da origem do primeiro Imortal e da fonte de sua imortalidade. O filme não foi lançado nos cinemas. A princípio seria lançado em DVD, mas acabou indo direto para TV.

O filme teve críticas ruins, o que parou a franquia até agora.



Mais Highlander:

Highlander: desenho animado (1994 a 1996)

Highlander: The Raven (1998): spin-off da série.

Highlander: The Search for Vengeance: anime de 2005

The Methos Chronicles (2007): animação em Flash para internet.

Quadrinhos (2006 a 2007), pela Dyamite Entertainment



Vamos esperar para ver o que vem a seguir. Afinal, não pode haver apenas um!!

4 comentários:

  1. Realmente Highlander precisa de uma nova sequencia, pois a longo dos anos foi virando uma bagunça total, eu assisti a todos os filmes e a serie, e o ultimo foi ao extremo da decepção. O primeiro filme é o unico que realmente vale a pena.

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  2. Curiosidades sobre a história em Highlander:
    1. Como surgiu a imortalidade?
    2. Se "só pode haver um" porque Ramirez (que também é imortal) não luta com Highlander? e sim o ensina?!
    3. Porque "só pode haver um"? Qual a real necessidade da luta?
    4. Porque a "solidão" é uma regra para os "imortais"?
    5. Porque não podem ter (gerar) filhos?
    6. (Não lutar em território sagrado - é a tradição), ok, porém, e de onde veio a tradição?
    Bem, é isso... rs... Sei que minhas dúvidas possivelmente nunca serão respondidas de forma concreta, e sim através de especulações. Emfim, é um filme brilhante (claro que me refiro única e exclusivamente ao primeiro filme... e só...).
    Pois valeu, bom trabalho e tudo de bom.

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  3. Porque Ramirez, se interessava em lutar com o Connor quaando ele tivesse mais poder e conhecimento, respondendo 6 Porque o Solo Sagrado absorve os poderes que ve com a decapitação de outro imortal, na verdade o Prêmio pode ser qualquer coisa, aquilo que o seu coração mais deseja.

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